segunda-feira, 6 de maio de 2024

Dia do Cartógrafo - 06 de Maio

 


O Dia Nacional do Engenheiro Cartógrafo, também conhecido como Dia do Cartógrafo (06/05), foi instituído pela Sociedade Brasileira de Cartografia, em referência à data do mais antigo trabalho cartográfico registrado no Brasil.

O fato se deu em 27 de abril de 1500, segundo o Calendário Juliano utilizado na época, quando Mestre João, astrônomo da frota de Pedro Álvares Cabral, determinou a latitude da Baía de Cabrália – atual Porto Seguro. Porém, o documento foi enviado à corte juntamente com a carta de Pero Vaz de Caminha, na data corrigida para o atual Calendário Gregoriano, 6 de maio. 

Os cartógrafos são responsáveis pelo estudo, planejamento, coleta de dados, análise e organização de mapas, cartas e plantas. A Cartografia é uma das profissões mais antigas que existem e está ligada a diversas áreas de conhecimento.

Hoje, a maioria dos cursos de Engenharia Cartográfica dá também a atribuição de Engenheiro de Agrimensura. Desta forma, o profissional é denominado Engenheiro Cartógrafo e de Agrimensura.

sexta-feira, 19 de abril de 2024

Mapa do IBGE causou polêmica: veja outras representações do globo terrestre

A divulgação do novo Atlas Geográfico Escolar pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) neste mês foi alvo de polêmica nas redes sociais por mostrar o Brasil no centro do mapa-múndi.


Embora coloque o Brasil no centro - e não Europa e África, como nas representações cartográficas mais recorrentes -, o novo mapa do instituto mantém as coordenadas geográficas estabelecidas em 1884.

O IBGE diz, em seu site, que a inovação está em consonância com a atual presidência brasileira do G-20 (grupo das 20 maiores economias do mundo). “A emergência do Sul Global acompanha o reposicionamento do Brasil no mapa-múndi”, afirmou Márcio Pochmann, presidente do órgão federal.

Ao transformar o formato do globo em um plano, como em um mapa-múndi, sempre haverá alguma distorção. Ao longo da história, cartógrafos e outros especialistas têm pesquisado como desenvolver novos mapas no sentido de suprir as falhas e lacunas deixadas pelas representações cartográficas mais tradicionais.

Veja alguns exemplos de representações que trazem uma imagem do globo diferentes do usual:

Mapa-múndi AuthaGraph


De autoria do arquiteto japonês Hajime Narukawa, o mapa angula os continentes para mostrar sua área e distância real um do outro e tenta refletir a perspectiva infinita do mundo. Em 2016, o trabalho foi premiado pelo Good Design Award, que avalia projetos de design no Japão (mas Narukawa havia desenvolvido o modelo em 1999).

Para preservar a distância entre os continentes, não bastou esticar o globo em um plano, cujo processo traz distorções. O mapa dividiu a superfície do planeta em 96 triângulos

Em seguida, o juntaram em um tetraedro – forma espacial constituída por quatro triângulos com todos os lados iguais. Finalmente, o que era sólido foi planificado em um retângulo. Essa representação é utilizada em livros didáticos oficiais de ensino médio no Japão.

Mapa em formato de borboleta


Patenteado pelo arquiteto e cartógrafo Bernard Cahill em 1913 no Escritório Americano de Marcas e Patentes (USPTO, na sigla em inglês), a projeção foi dividida em oito partes com o intuito de diminuir distorções de áreas, ângulos e distâncias. É possível, inclusive, colar esses pedaços sobre uma esfera do isopor.

Mas Ivanilton José de Oliveira, professor de Cartografia da Universidade Federal de Goiás (UFG), destaca que essa representação cartográfica tem como desvantagem criar uma imagem do mundo com muitas descontinuidades, o que dificulta a visualização.

Mapa Dymaxion



esenvolvido pelo engenheiro, matemático e arquiteto Richard Buckminster Fuller, o mapa foi construído com seções quadradas e triangulares. De Oliveira, professor da Federal de Goiás, explica que a cartografia de Buckminster tem o mesmo propósito que a pensada por Cahill com formato de borboleta.

Embora minimizem as distorções típicas contidas em um mapa mais tradicional, “só conseguem isso em parcelas vistas separadamente”.

Uma das diferenças entre as duas é que Buckminster representou os paralelos e meridianos (as linhas horizontais e verticais que se cruzam no mapa) como retas.

O Instituto Buckminster Fuller classifica a projeção como a única que representa em um plano o planeta como se fosse uma ilha em um oceano

Mapa de 1787



Modelo data de 1787 e foi feito pelo matemático Samuel Dunn. A produção divide o globo em duas partes entre leste e oeste.

O mapa conta com digramas e tabelas sobre o universo. Segundo o Centro de Educação e de Mapa, de Boston (EUA), a cartografia segue a projeção de Geradus Mercartor, que revolucionou cartografia em 1569 ao conseguir representar a Terra em um retângulo.

Na projeção de Mercartor, o tamanho das áreas são distorcidos enquanto o formato e as bordas dos continentes têm maior fidelidade. Isso os torna úteis para navegação, mas tende a aumentar as áreas das porções continentais no extremo norte e diminuí-las perto da Linha do Equador.

Mapa de 1546



Ivanilton José de Oliveira, da UFG, explica que os mapas-múndi da forma que conhecemos hoje e com uma presença mais completa dos continentes que conhecemos hoje foi possível no século 16, com as Grandes Navegações, momento histórico que resultou na chegada de europeus à América.

O mapa acima foi publicado em 1546 pelo cartógrafo, humanista e pastor evangélico da Romênia Johannes Honter no livro Rudimenta cosmographie.

Até então, os mapas europeus e de outras povos do mundo registravam as áreas mais próximas que eram conhecidas por aquela população. No caso da Europa, os mapas costumavam representar apenas o próprio continente, parte da Ásia e o norte da África.

Fonte: Ramana Rech - Estadão - 17/04/2024 | 18h13
Atualização: 18/04/2024 | 10h45
Correção: 18/04/2024 | 10h45

quinta-feira, 22 de fevereiro de 2024

Esri lança o Maps.com, uma plataforma de conteúdo para criadores demonstrarem o poder dos mapas

Criado pela Esri, a líder global em software de mapeamento e inteligência de localização, o novo site é uma plataforma para compartilhamento e discussão de mapas visualmente envolventes que são inspiradores, desafiadores, educacionais, recompensadores e provocativos em uma variedade de temas e formatos. O site pretende servir como uma celebração da ciência e das artes, apresentando mapas que cativam não só com suas informações, mas também com sua estética.

O Maps.com se concentra em destacar mapas distintos e poderosos e também aqueles que os criam. Como uma plataforma centrada nos criadores, o Maps.com encoraja indivíduos, assim como empresas, a enviarem seus mapas para que sejam apresentados no site. Inscrições de mapas que são visualmente envolventes, dramáticos e ousados, mas compreensíveis e contenham estilo e substância, já foram destaques no site durante o lançamento virtual.

Apresentando análises e visualizações dinâmicas, vídeos e modelos 3D, o Maps.com explora temas como a mudança climática, a exclusão digital e até a exploração de marte. Idealizado como uma maneira para trazer o poder do mapeamento a um público mais amplo, o site é acessível aos não profissionais, que são curiosos sobre o tema da cartografia. Mas, também é valioso para o mundo acadêmico e para profissionais que procuram acessar recursos de dados novos e úteis ou narrativas perspicazes do mundo real.

“Os mapas podem nos ajudar a contar histórias sobre o que está acontecendo com nosso planeta, experimentar novas ideias e nos orientar para onde queremos ir”, disse Jack Dangermond, presidente da Esri. “Com o Maps.com, estamos orgulhosos de fazer parceria com alguns dos criadores de mapas mais inovadores para celebrar como podem nos mostrar o futuro que estamos enfrentando, bom ou ruim, e o que pode nos ajudar a construir um mundo melhor.”

O Maps.com está no ar e é acessível a qualquer pessoa. Junte-se a nós para explorar os mapas mais recentes e fascinantes e, se você tiver algum mapa incrível que a equipe editorial do Maps.com deve conhecer, envie-o em maps.com/submit-map/ para uma análise.

Fonte: https://www.businesswire.com/news/home/20240123494233/pt/

sexta-feira, 16 de fevereiro de 2024

Repositório Digital de Dados da Toponímia Histórica Mineira

Este repositório guarda um banco de dados que reúne informações sobre nomes e lugares, formados durante o processo de ocupação e definição do território de Minas Gerais, e que se encontram registrados em mapas do Setecentos ao Oitocentos Joanino.

Essas informações resultam de análises geográficas e linguísticas realizadas, diatópica e diacronicamente. Elas destacam a natureza, a origem e a motivação dos nomes estudados, bem como a categoria geográfica das localidades e as circunscrições político-administrativas e regionais as quais pertencem.


Topônimos

Cada nome de lugar guarda uma história, marca um espaço geográfico, está ligado ao nosso passado, a nossas origens; são signos linguísticos que, quando estudados, abrem-se em informações, sobretudo, históricas, geográficas, genealógicas, linguísticas, etnográficas sobre épocas recuadas.

No Repositório, nesta segunda edição, podem ser conhecidos cerca de 2300 topônimos históricos que possibilitaram, após a sua análise por uma equipe interdisciplinar, a organização de um banco com 34 500 dados. Apresentando este banco de dados históricos, espera-se contribuir para a ampliação do conhecimento sobre a Toponímia de Minas Gerais em épocas pretéritas e seu elevado valor cultural.

Mapas

Na organização do banco de dados do Repositório foram estudadas dezesseis imagens cartográficas relativas à representação de todo o território da capitania e ao de suas comarcas, circunscrições político-administrativas da América Portuguesa.

Esses mapas se encontram sob a guarda de bibliotecas e arquivos, no Brasil e em Portugal, e correspondem aos originais e cópias de época, manuscritos e coloridos. Eles apresentam, na composição dos cartuchos do título, da legenda e da escala, desenhos primorosos, incluindo os dos signos que configuram o espaço de representação.

A par desses aspectos estéticos, ressalta-se o valor dessas representações para os estudos da geografia e da história do território de Minas Gerais e para os de sua memória linguística.

Fonte: Toponímia Histórica de Minas Gerais, do Setecentos ao Oitocentos Joanino, em Mapas da Capitania e das Comarcas / organizadores Márcia Maria Duarte dos Santos, Antônio Gilberto Costa. – Belo Horizonte: UFMG/IGC, 2023