terça-feira, 28 de outubro de 2025

6 mapas que vão mudar como você vê o mundo

Uma seleção de 6 mapas do livro 40 Maps That Will Change How You See the World ("40 mapas que vão mudar como você vê o mundo", em tradução livre), publicado recentemente pelo professor de Geografia da Universidade de Newcastle, Alastair Bonnett, no Reino Unido.


1. Quando a China 'descobriu' o mundo

O 'mapa de 1418', com o continente americano e a Antártida, foi notícia em todo o mundo

Em 2001, um historiador amador descobriu, em uma loja de antiguidades de Xangai, na China, algo que prometia mudar a história da humanidade: um mapa de 1418 que mostra o mundo inteiro, incluindo o continente americano – 70 anos antes da chegada de Cristóvão Colombo.

O autor do mapa conseguiu desenhar todos os continentes de forma bastante precisa, incluindo a Antártida. E ainda acrescentou diversas observações.

Sobre a África, por exemplo, ele diz que "a pele das pessoas aqui é como laca negra". E ele afirma que, na América do Sul, "os seres humanos são utilizados como vítimas de sacrifício e as pessoas prestam homenagens ao fogo".

A notícia do chamado "mapa de 1418" percorreu o mundo.

"A ideia de que os chineses descobriram a América com tamanho grau de detalhamento, antes dos europeus, era muito significativa", segundo Bonnett.

E, como se não fosse o bastante, no comando da missão que percorreu o planeta estava o lendário explorador chinês Zheng He (1371-1433).

Só havia um problema: o mapa era falso.

Bonnett explica que o mapa inclui tamanho grau de detalhamento que seria impossível para os chineses deter tantas informações sobre o planeta, sem que as sucessivas expedições deixassem rastros nos locais registrados.

"É o único mapa falso de todo o livro, mas acredito que ele é muito interessante, pois mostra como existe uma enorme sede pela diversificação da história", explica Bonnett.

Na sua opinião, a China detém "a tradição cartográfica mais extraordinária de todos os países do mundo". E as titânicas expedições de Zheng He pelo sudeste asiático, a península arábica e o Chifre da África trouxeram descobertas que causaram enormes impactos pelo mundo.

"Incluí este mapa para dizer que sim, os chineses descobriram o mundo e precisamos falar a respeito, mas não precisamos começar a inventar coisas para isso", ele conta. "Seus méritos se sustentam por si próprios."


2. A magia e a narrativa dos astecas

O Códice Nuttall não tem nenhuma semelhança com os mapas modernos

"Nossos mapas 'modernos' são todos de caminhos e cidades, mas muitos mapas 'pré-modernos' tinham espaço para a magia e a narrativa", escreve Bonnett sobre dois mapas astecas incluídos no seu livro: o Códice Quetzalecatzin e o Códice Nuttall.

O primeiro data de 1593, ou seja, é posterior à chegada dos conquistadores. Já o outro é do século anterior, o que faz dele um raro sobrevivente. Os espanhóis consideraram a maioria dos mapas, livros e outros textos dos povos originários da América como demoníacos – e os queimaram.

Bonnett admite que o Códice Nuttall "a princípio, não se parece em nada com um mapa", pois estamos acostumados a observar os mapas como uma versão em miniatura da realidade, vista de cima. Mas, neste caso, o que vemos são pessoas, animais e seres mitológicos, em uma mistura de perspectivas.

A chave para entender o Códice Nuttall é decodificar os símbolos. Existe, por exemplo, uma criatura com a boca aberta, que indica a existência de uma caverna.

"É um tipo de mapa que, de certa forma, nunca mais voltamos a ver", lamenta Bonnett.

Para Alastair Bonnett, o Códice Quetzalecatzin 'é um mapa do tempo, além do espaço'

Já o Códice Quetzalecatzin é híbrido. Ele inclui a escrita asteca, mas também texto em espanhol e no idioma originário náuatle, empregando o alfabeto latino.

Ele foi criado por uma das famílias astecas mais poderosas da época, os Quetzalecatzin – ou León, que foi o nome adotado em espanhol.

Seu objetivo era demonstrar seus direitos ancestrais sobre determinadas terras onde, hoje, ficam as regiões de Puebla e Oaxaca, no centro e sul do México. Por isso, o mapa inclui dados geográficos e uma árvore genealógica.

"É um mapa do tempo, além do espaço", explica Bonnett.

O livro também afirma que este mapa "é importante, não por ser um mapa indígena ou colonial. Ele é importante porque mostra a transição e o nascimento de uma sociedade mestiça ou 'mista'."


3. Todas as pessoas do mundo, segundo o Japão

O mapa japonês de 1671 mostra, de um lado, um mapa-múndi e, do outro, 40 casais de diferentes regiões do planeta

Em uma época em que a sociedade japonesa vivia sob forte isolamento, este "mapa universal" procurava mostrar que "os países são diferentes e também as pessoas", como esclarece a parte superior.

Ele foi elaborado em 1671 e está dividido em duas partes. Uma delas mostra um mapa-múndi e, na outra, há 40 casais, todos formados por um homem e uma mulher.

Sobre o mapa em si, Bonnett escreve: "A primeira coisa que observamos é que o mundo tem uma orientação incomum. As Américas se encontram no extremo 'norte' e a Ásia, no meio e na parte inferior. Com isso, o Japão fica mais ou menos no centro".

Mas, sem dúvida, o que chama a atenção é a seleção de casais. Eles representam diferentes nações e etnias, com supostas roupas típicas e dados curiosos, nem todos verdadeiros.

Existe, por exemplo, um casal de gigantes e outro com nanismo. Estes, segundo o mapa, teriam cerca de 36 centímetros de altura e "sempre caminham em grupo", para evitar que fossem capturados e devorados pelos grous.

Sobre o casal brasileiro, o mapa diz: "Estas pessoas não moram em casas; eles gostam de morar em cavernas. Comem carne humana." E, "quando uma mulher está a ponto de dar a luz, o homem tem dor de estômago. As mulheres não sentem dor."

"Parece que diversos destes casais estão ali porque são curiosos e até divertidos", opina Bonnett. "Este é um mapa sobre o outro exótico, visto pelo Japão da época."

Para o professor, o mapa demonstra que, mesmo quando se tenta isolar um povo do resto do mundo, a curiosidade das pessoas permanece. "Apesar das fortes restrições, o desejo de conhecer o mundo, ampliar a imaginação sobre outros povos e outras terras é insaciável."


4. Existe apenas um oceano

O planeta visto de cima, com a água no centro e as porções de terra, nos cantos

Esta imagem talvez seja a mais simples e eficaz para mudar a forma de pensar das pessoas, como promete o livro.

Trata-se de um mapa sobre a importância da água, que cobre nada menos que dois terços da superfície da Terra. Em vez de usar a projeção típica, os oceanos estão no centro e os continentes são relegados às bordas.

"Não existe um oceano Atlântico, um oceano Índico e todos os outros corpos d'água com seus diferentes nomes, indicando implicitamente que estão separados", explica o professor.

"Na verdade, existe apenas um oceano, mas nós o rotulamos para fazer parecer que ele tem fronteiras políticas."

O mapa acrescenta outras informações, representando a água com diferentes tons de azul claro e escuro, para mostrar as diferentes profundidades.

Ele foi criado por uma equipe internacional de especialistas, chamado Carta Batimétrica Geral dos Oceanos (Gebco, na sigla em inglês). Seu objetivo é criar um mapa do fundo do oceano de todo o planeta até 2030.

Bonnett destaca a quantidade de "interessantes estatísticas neste pequeno capítulo". Elas indicam, por exemplo, que 78% da biomassa animal vive na água e 91% das espécies do oceano ainda não foram descritas pelo ser humano.

Na sua opinião, "este mapa mostra como é enorme, espaçoso e fértil este ambiente."


5. O ruído na Cidade do México (e sua revolução)

O primeiro mapa de ruído da região metropolitana do Vale do México – uma verdadeira 'enxaqueca cartográfica', segundo Bonnett

Bonnett afirma que, dos 40 mapas do livro, o que mais recebeu comentários foi o mapa do ruído na Cidade do México, causado pelo tráfego de veículos. "Sua influência foi incrível."

Criado em 2011 pelos cientistas do Laboratório de Análise e Projeto Acústico da Universidade Autônoma Metropolitana do México, este mapa "passou a ser uma declaração fundamental no campo da acústica ambiental", afirma o professor no seu livro.

Durante sua entrevista à BBC, Bonnett foi mais além. Ele destacou que o mapa "criou um movimento de resistência em favor da tranquilidade. É um mapa que diz 'chega!'"

De fato, desde a sua publicação, muitos municípios e instituições procuram saber por que sua região tem tantos ruídos.

Para Bonnett, "qualquer mapa que deseje mudar o debate sobre um tema deve ser entendido de forma fácil e imediata. Este é o caso. Ele revela uma cidade doente."

"Essas cores febris, essas veias gordas e palpitantes; é uma 'enxaqueca cartográfica'."

Sua mensagem é que "o ruído arruína as vidas, deixa as pessoas doentes e está em toda parte", segundo o professor.

Um exemplo: a exposição por oito horas diárias à categoria mais alta de ruídos – acima de 75 decibéis, representada no mapa pelos tons de azul e preto – traz como consequência a perda da audição.

Este nível de decibéis equivale ao som de um liquidificador, um cortador de grama ou um trem de metrô. E estas máquinas são encontradas por toda a cidade.


6. Perspectiva inimaginável

O superaglomerado de Laniakea ('céu imenso' ou 'incomensurável', em idioma havaiano)

"Mais para o final do livro, existem vários mapas de astrogeografia", prossegue Bonnett. "Para os cientistas espaciais, não são apenas ilustrações, mas sim ferramentas de pesquisa fundamentais."

O último mapa do livro (nº 40) é um dos favoritos do autor. Ele mostra o superaglomerado de Laniakea. Seu nome vem do idioma havaiano e significa "céu imenso" ou "incomensurável".

Ele foi elaborado por uma equipe chefiada pelo Instituto de Astronomia da Universidade do Havaí. A imagem mostra as trajetórias migratórias das galáxias impulsionadas pelo Big Bang, formando o que Bonnett descreve como "uma espécie de rio de estrelas".

Abaixo do pequeno ponto vermelho, ficam a Via Láctea e muitas outras galáxias.

"É uma imagem extraordinariamente bela", que "define a forma como você pensa sobre tudo", afirma ele.

Bonnett explica no livro que as galáxias "fazem parte de estruturas maiores. Estruturas como Laniakea. Para saber nosso lugar no universo, precisamos conhecer seus nomes e entender nossa relação com elas."

Este mapa nos ajuda a entender, por exemplo, que a Via Láctea se desloca a 600 km/segundo, arrastada por outras galáxias do nosso superaglomerado.

Bonnett reconhece que "se a Via Láctea é grande demais para podermos sequer imaginá-la, Laniakea é muito maior."

"Algo emocionante surge quando tentamos expandir a imaginação até o horizonte mais distante possível."

Fonte: BBBC News Mundo: 6 mapas que vão mudar como você vê o mundo, por Ana Pais (10/03/2025)

segunda-feira, 20 de outubro de 2025

Catálogo da Documentação Cartográfica do Palácio do Itamaraty - Rio de Janeiro - RJ

O Palácio do Itamaraty, no Rio de Janeiro, abriga uma das maiores coleções cartográficas da América Latina, com cerca de 30 mil mapas, atlas, cartas náuticas e perfis geológicos produzidos entre os séculos XVI e XX. Esse valioso acervo está sob os cuidados da Mapoteca Histórica do Itamaraty, que por quase dois séculos acompanhou de perto a formação do território brasileiro e os rumos da diplomacia nacional. Agora, pela primeira vez, todo esse acervo foi sistematicamente catalogado, e o resultado é uma obra de referência essencial para quem tem interesse em passado e história: o Catálogo da Documentação Cartográfica.

O catálogo – indispensável para pesquisadores – é um instrumento de pesquisa que descreve e classifica, em detalhes, todos os documentos cartográficos sob a guarda da instituição — incluindo dados técnicos, autores, datas, temas e proveniências. Trata-se, portanto, de um índice organizado do acervo, e não da reprodução dos próprios mapas. Disponível gratuitamente em formato digital, o catálogo facilita o acesso de pesquisadores, estudantes e do público ao conteúdo da mapoteca, promovendo a preservação da memória diplomática brasileira e o acesso democrático ao conhecimento.

Material tem download gratuito no site da instituição.

A obra está dividida em sete volumes:

Vol. 1 (Introdução): explica o processo de catalogação, metodologia e apresenta estatísticas;

Vol. 2 (Brasil): traz descrições de mapas históricos e contemporâneos da cartografia nacional;

Vol. 3 (Atlas): reúne 561 atlas dos séculos XVI a XIX;

Vol. 4 (Questões de Limites): aborda mapas ligados a disputas e definições de fronteiras;

Vol. 5 (Gerais): cataloga mapas de continentes, regiões e outros países;

Vol. 6 (Nomes Geográficos): lista registros sobre acidentes geográficos — rios, montanhas, oceanos, ilhas;

Vol. 7 (Apêndices): apresenta mais de 470 biografias de autores e informações sobre coleções especiais, como as dos Barões do Rio Branco e da Ponte Ribeiro.

A publicação representa um avanço significativo no processo de organização e difusão do patrimônio documental do Itamaraty, com potencial de fomentar novas pesquisas em história, geografia, relações internacionais e ciência da informação.

Fonte: Bonecas Russas, Notícia: Itamaraty lança catálogo completo de sua Mapoteca Histórica, por Júlia Pereira (21/09/2025)

segunda-feira, 6 de maio de 2024

Dia do Cartógrafo - 06 de Maio

 


O Dia Nacional do Engenheiro Cartógrafo, também conhecido como Dia do Cartógrafo (06/05), foi instituído pela Sociedade Brasileira de Cartografia, em referência à data do mais antigo trabalho cartográfico registrado no Brasil.

O fato se deu em 27 de abril de 1500, segundo o Calendário Juliano utilizado na época, quando Mestre João, astrônomo da frota de Pedro Álvares Cabral, determinou a latitude da Baía de Cabrália – atual Porto Seguro. Porém, o documento foi enviado à corte juntamente com a carta de Pero Vaz de Caminha, na data corrigida para o atual Calendário Gregoriano, 6 de maio. 

Os cartógrafos são responsáveis pelo estudo, planejamento, coleta de dados, análise e organização de mapas, cartas e plantas. A Cartografia é uma das profissões mais antigas que existem e está ligada a diversas áreas de conhecimento.

Hoje, a maioria dos cursos de Engenharia Cartográfica dá também a atribuição de Engenheiro de Agrimensura. Desta forma, o profissional é denominado Engenheiro Cartógrafo e de Agrimensura.

sexta-feira, 19 de abril de 2024

Mapa do IBGE causou polêmica: veja outras representações do globo terrestre

A divulgação do novo Atlas Geográfico Escolar pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) neste mês foi alvo de polêmica nas redes sociais por mostrar o Brasil no centro do mapa-múndi.


Embora coloque o Brasil no centro - e não Europa e África, como nas representações cartográficas mais recorrentes -, o novo mapa do instituto mantém as coordenadas geográficas estabelecidas em 1884.

O IBGE diz, em seu site, que a inovação está em consonância com a atual presidência brasileira do G-20 (grupo das 20 maiores economias do mundo). “A emergência do Sul Global acompanha o reposicionamento do Brasil no mapa-múndi”, afirmou Márcio Pochmann, presidente do órgão federal.

Ao transformar o formato do globo em um plano, como em um mapa-múndi, sempre haverá alguma distorção. Ao longo da história, cartógrafos e outros especialistas têm pesquisado como desenvolver novos mapas no sentido de suprir as falhas e lacunas deixadas pelas representações cartográficas mais tradicionais.

Veja alguns exemplos de representações que trazem uma imagem do globo diferentes do usual:

Mapa-múndi AuthaGraph


De autoria do arquiteto japonês Hajime Narukawa, o mapa angula os continentes para mostrar sua área e distância real um do outro e tenta refletir a perspectiva infinita do mundo. Em 2016, o trabalho foi premiado pelo Good Design Award, que avalia projetos de design no Japão (mas Narukawa havia desenvolvido o modelo em 1999).

Para preservar a distância entre os continentes, não bastou esticar o globo em um plano, cujo processo traz distorções. O mapa dividiu a superfície do planeta em 96 triângulos

Em seguida, o juntaram em um tetraedro – forma espacial constituída por quatro triângulos com todos os lados iguais. Finalmente, o que era sólido foi planificado em um retângulo. Essa representação é utilizada em livros didáticos oficiais de ensino médio no Japão.

Mapa em formato de borboleta


Patenteado pelo arquiteto e cartógrafo Bernard Cahill em 1913 no Escritório Americano de Marcas e Patentes (USPTO, na sigla em inglês), a projeção foi dividida em oito partes com o intuito de diminuir distorções de áreas, ângulos e distâncias. É possível, inclusive, colar esses pedaços sobre uma esfera do isopor.

Mas Ivanilton José de Oliveira, professor de Cartografia da Universidade Federal de Goiás (UFG), destaca que essa representação cartográfica tem como desvantagem criar uma imagem do mundo com muitas descontinuidades, o que dificulta a visualização.

Mapa Dymaxion



esenvolvido pelo engenheiro, matemático e arquiteto Richard Buckminster Fuller, o mapa foi construído com seções quadradas e triangulares. De Oliveira, professor da Federal de Goiás, explica que a cartografia de Buckminster tem o mesmo propósito que a pensada por Cahill com formato de borboleta.

Embora minimizem as distorções típicas contidas em um mapa mais tradicional, “só conseguem isso em parcelas vistas separadamente”.

Uma das diferenças entre as duas é que Buckminster representou os paralelos e meridianos (as linhas horizontais e verticais que se cruzam no mapa) como retas.

O Instituto Buckminster Fuller classifica a projeção como a única que representa em um plano o planeta como se fosse uma ilha em um oceano

Mapa de 1787



Modelo data de 1787 e foi feito pelo matemático Samuel Dunn. A produção divide o globo em duas partes entre leste e oeste.

O mapa conta com digramas e tabelas sobre o universo. Segundo o Centro de Educação e de Mapa, de Boston (EUA), a cartografia segue a projeção de Geradus Mercartor, que revolucionou cartografia em 1569 ao conseguir representar a Terra em um retângulo.

Na projeção de Mercartor, o tamanho das áreas são distorcidos enquanto o formato e as bordas dos continentes têm maior fidelidade. Isso os torna úteis para navegação, mas tende a aumentar as áreas das porções continentais no extremo norte e diminuí-las perto da Linha do Equador.

Mapa de 1546



Ivanilton José de Oliveira, da UFG, explica que os mapas-múndi da forma que conhecemos hoje e com uma presença mais completa dos continentes que conhecemos hoje foi possível no século 16, com as Grandes Navegações, momento histórico que resultou na chegada de europeus à América.

O mapa acima foi publicado em 1546 pelo cartógrafo, humanista e pastor evangélico da Romênia Johannes Honter no livro Rudimenta cosmographie.

Até então, os mapas europeus e de outras povos do mundo registravam as áreas mais próximas que eram conhecidas por aquela população. No caso da Europa, os mapas costumavam representar apenas o próprio continente, parte da Ásia e o norte da África.

Fonte: Ramana Rech - Estadão - 17/04/2024 | 18h13
Atualização: 18/04/2024 | 10h45
Correção: 18/04/2024 | 10h45

quinta-feira, 22 de fevereiro de 2024

Esri lança o Maps.com, uma plataforma de conteúdo para criadores demonstrarem o poder dos mapas

Criado pela Esri, a líder global em software de mapeamento e inteligência de localização, o novo site é uma plataforma para compartilhamento e discussão de mapas visualmente envolventes que são inspiradores, desafiadores, educacionais, recompensadores e provocativos em uma variedade de temas e formatos. O site pretende servir como uma celebração da ciência e das artes, apresentando mapas que cativam não só com suas informações, mas também com sua estética.

O Maps.com se concentra em destacar mapas distintos e poderosos e também aqueles que os criam. Como uma plataforma centrada nos criadores, o Maps.com encoraja indivíduos, assim como empresas, a enviarem seus mapas para que sejam apresentados no site. Inscrições de mapas que são visualmente envolventes, dramáticos e ousados, mas compreensíveis e contenham estilo e substância, já foram destaques no site durante o lançamento virtual.

Apresentando análises e visualizações dinâmicas, vídeos e modelos 3D, o Maps.com explora temas como a mudança climática, a exclusão digital e até a exploração de marte. Idealizado como uma maneira para trazer o poder do mapeamento a um público mais amplo, o site é acessível aos não profissionais, que são curiosos sobre o tema da cartografia. Mas, também é valioso para o mundo acadêmico e para profissionais que procuram acessar recursos de dados novos e úteis ou narrativas perspicazes do mundo real.

“Os mapas podem nos ajudar a contar histórias sobre o que está acontecendo com nosso planeta, experimentar novas ideias e nos orientar para onde queremos ir”, disse Jack Dangermond, presidente da Esri. “Com o Maps.com, estamos orgulhosos de fazer parceria com alguns dos criadores de mapas mais inovadores para celebrar como podem nos mostrar o futuro que estamos enfrentando, bom ou ruim, e o que pode nos ajudar a construir um mundo melhor.”

O Maps.com está no ar e é acessível a qualquer pessoa. Junte-se a nós para explorar os mapas mais recentes e fascinantes e, se você tiver algum mapa incrível que a equipe editorial do Maps.com deve conhecer, envie-o em maps.com/submit-map/ para uma análise.

Fonte: https://www.businesswire.com/news/home/20240123494233/pt/

sexta-feira, 16 de fevereiro de 2024

Repositório Digital de Dados da Toponímia Histórica Mineira

Este repositório guarda um banco de dados que reúne informações sobre nomes e lugares, formados durante o processo de ocupação e definição do território de Minas Gerais, e que se encontram registrados em mapas do Setecentos ao Oitocentos Joanino.

Essas informações resultam de análises geográficas e linguísticas realizadas, diatópica e diacronicamente. Elas destacam a natureza, a origem e a motivação dos nomes estudados, bem como a categoria geográfica das localidades e as circunscrições político-administrativas e regionais as quais pertencem.


Topônimos

Cada nome de lugar guarda uma história, marca um espaço geográfico, está ligado ao nosso passado, a nossas origens; são signos linguísticos que, quando estudados, abrem-se em informações, sobretudo, históricas, geográficas, genealógicas, linguísticas, etnográficas sobre épocas recuadas.

No Repositório, nesta segunda edição, podem ser conhecidos cerca de 2300 topônimos históricos que possibilitaram, após a sua análise por uma equipe interdisciplinar, a organização de um banco com 34 500 dados. Apresentando este banco de dados históricos, espera-se contribuir para a ampliação do conhecimento sobre a Toponímia de Minas Gerais em épocas pretéritas e seu elevado valor cultural.

Mapas

Na organização do banco de dados do Repositório foram estudadas dezesseis imagens cartográficas relativas à representação de todo o território da capitania e ao de suas comarcas, circunscrições político-administrativas da América Portuguesa.

Esses mapas se encontram sob a guarda de bibliotecas e arquivos, no Brasil e em Portugal, e correspondem aos originais e cópias de época, manuscritos e coloridos. Eles apresentam, na composição dos cartuchos do título, da legenda e da escala, desenhos primorosos, incluindo os dos signos que configuram o espaço de representação.

A par desses aspectos estéticos, ressalta-se o valor dessas representações para os estudos da geografia e da história do território de Minas Gerais e para os de sua memória linguística.

Fonte: Toponímia Histórica de Minas Gerais, do Setecentos ao Oitocentos Joanino, em Mapas da Capitania e das Comarcas / organizadores Márcia Maria Duarte dos Santos, Antônio Gilberto Costa. – Belo Horizonte: UFMG/IGC, 2023

segunda-feira, 20 de novembro de 2023

História do Espírito Santo Colonial em 50 Mapas

 A Secretaria de Cultura de Vitória (Semc), por meio da Lei municipal Rubem Braga, apresentou o lançamento do livro “História do Espírito Santo Colonial em 50 mapas”, escrito por Fabio Paiva Reis. O evento ocorreu no dia 17 de novembro, às 18h30, no auditório do Centro de Ciências Humanas e Naturais (CCHN) da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), em Vitória.

A obra de Fabio Paiva Reis, historiador com formação pela Ufes, mestrado em História Social pela PUC-SP e doutorado em História pela Universidade do Minho, em Portugal, destaca os 50 mapas mais antigos do Espírito Santo. Apresenta reproduções coloridas em alta qualidade, acompanhadas de uma análise aprofundada dessas obras e sua relevância para a história do estado.

O autor destaca: “O livro é uma atualização da minha tese de doutorado, revisada e ampliada para atender ao público em geral. Existe um grande interesse em conhecer mais sobre o período colonial do Espírito Santo. Infelizmente, esse é provavelmente o período menos estudado da nossa história pelos pesquisadores. Quando comecei a encontrar os mapas que se tornaram a base da minha pesquisa, percebi que esse trabalho era necessário.”

“Esses mapas são verdadeiras obras de arte, pinturas feitas por cartógrafos especializados em transformar os relatos escritos dos viajantes e funcionários das coroas europeias em uma visão clara e bela de um Espírito Santo ainda em construção. Este livro nos proporciona a mesma visão do Espírito Santo colonial que os europeus tinham naquela época, uma verdadeira viagem no tempo”, complementa o historiador.

Fonte: História Capixaba, História do Espírito Santo Colonial em 50 Mapas, por Fabio Paiva Reis

quinta-feira, 19 de outubro de 2023

Paleo-Maps, o "Google Maps" da Pré-História

O Paleo-Maps é um atlas interativo que permite visualizar e navegar em 91 mapas paleogeográficos que vão desde o Fanerozoico (o éon em que nos encontramos, que começou há cerca de 542 milhões de anos) até ao Neoproterozóico tardio. A partir de um menu pendente no topo, pode escolher o tempo geológico de interesse e ver qual era o aspecto do planeta desde há 750 milhões de anos até aos dias de hoje.

No canto superior esquerdo, pode também escrever o nome do local onde vive, e assim descobrir como era (e onde estava) a sua cidade. Descobriremos assim, por exemplo, que Roma (e toda a Itália), estava no fundo de um grande oceano (o Oceano Tétis) há 260 milhões de anos, oceano no qual se teriam acumulado os sedimentos que hoje encontramos nas montanhas dos Apeninos e dos Alpes, enquanto outras partes da futura Europa (nessa altura ainda parte do supercontinente Pangeia), já tinham emergido.

Um menu pendente à direita permite navegar pelo planeta em diferentes fases importantes da evolução da vida, desde o aparecimento dos recifes de coral (alguns dos quais encontramos hoje nas rochas das nossas montanhas) até ao aparecimento dos primeiros vertebrados, desde a extinção dos dinossauros até ao aparecimento dos primeiros primatas.

A disposição dos continentes na Terra mudou ao longo de centenas de milhões de anos. 
Na reconstrução, é apresentado o supercontinente Pangeia, que se terá formado há cerca de 290 milhões de anos.

Os mapas paleogeográficos deste PaleoAtlas navegável ilustram a antiga configuração das bacias oceânicas e dos continentes, bem como importantes elementos topográficos e batimétricos como montanhas, planícies, mares pouco profundos, plataformas continentais e oceanos profundos, tornando a sua navegação ainda mais interessante.

Esta grande obra é o resultado da publicação dos mapas paleogeográficos de Christopher Scotese, com design gráfico de Ian Webster

Fonte: Meteored Itália - Lorenzo Pasqualini (22/09/2023 16:40)

domingo, 6 de agosto de 2023

HistoryMaps, o Mapa Interativo de Eventos Históricos do Mundo

Com uma proposta inteligente, o site HistoryMaps, apresenta aulas interativas incríveis sobre a história da humanidade desde Idade Antiga até a Idade Contemporânea, sendo o último material disponibilizado referente à Guerra do Golfo. O portal nada mais é do que uma combinação entre dois elementos, um mapa e uma linha do tempo de eventos.


A combinação desses dois fatores é que faz com que a mágica aconteça, levando o estudante, leitor, historiador ou entusiasta a aprender de maneira visual e intuitiva sobre diversos eventos que marcaram a história do nosso planeta. Este nível de imersão é o que destaca o HistoryMaps, oferecendo uma grande vantagem em relação aos livros que, embora tenham apelo para uma parcela dos estudantes e acadêmicos, nem sempre conseguem capturar a atenção da maioria dos leitores. O site aposta em conteúdo interativo e informativo para capturar a atenção do usuário, ensinando história de maneira mais interessante e divertida.


Ao permitir ao leitor basicamente viajar até a região onde dado evento ocorreu, o site gera um nível de imersão até então inexistente na maioria das mídias similares. O portal oferece não apenas imagens mas textos bem escritos, contando os detalhes de cada batalha ou período específico da história da humanidade. É possível acompanhar os principais acontecimentos históricos de várias partes do mundo divididos em linhas do tempo para facilitar o aprendizado.

Fonte: Mega Curioso (18/01/2023)

Florianópolis 350 anos: Quatro mapas históricos do Desterro

A Prefeitura de Florianópolis disponibilizou uma seleção de mapas históricos da Ilha de Santa Catarina na plataforma Geoportal. O conjunto de cartografias, datadas dos séculos XVI, XVII, XVIII, XIX e XX, foi lançado na semana de aniversário de 350 anos da cidade.

Mapa alemão de 1557 – Imagem: Cortesia da Biblioteca John Carter Brown (EUA)

“Plan de Ste. Catherine du Brésil”, Séc XVII – Imagem: Acervo da Fundação Biblioteca Nacional

Mapa francês de 1717 atribuído a Amédée François Frezier – Imagem: Acervo do Instituto Moreira Salles

Planta topográfica da Cidade do Desterro feita em 1876 pelos engenheiros Antonio Florencio Pereira do Lago e Carlos Othom Schlappa – Imagem: Acervo da Biblioteca Digital Hispânica

Segundo a prefeitura, o catálogo está em desenvolvimento, através de buscas em arquivos digitais, disponibilizados por instituições de conservação brasileiras e estrangeiras. Para o secretário de Planejamento e Inteligência Urbana, Michel Mittmann, a iniciativa aproximará moradores de Florianópolis com a história da cidade. “Cada mapa simboliza uma época diferente da Capital, com contexto, autor e propósito específico”, completa.

O projeto está sendo atualizado de maneira contínua e pode ser conferido neste link

Fonte: Correio de Santa Catarina (22/03/2023, 15:23)